27 de Fevereiro - «Olá, Boa tarde. Venho visitar o Sr Francisco. Como está ele?» «Estável». Converso com a médica. Fico então a saber que vão tentar desligá-lo em breve, do ventilador. «Quanto mais cedo voltar a respirar por si, melhor». Quanto a infecções: «Ainda sem febres» - graças a Deus! Aproximo-me e digo-lhe ao ouvido, pausadamente: «Olá, Francisco! Cá estou, como te tinha dito. Lembras-te? Tenho muito orgulho em ti, ouviste. És um homem de muita fibra, muita coragem, muito valor. É só teres mais um bocadinho de paciência, para poderes voltar para a tua cama e poderes depois estar connosco». Fixo de soslaio o monitor. Reparo que a pulsação, à medida que falo, sobe: de 62 para 72 pulsações por minuto. Reconheceste-me, Francisco... - penso de mim para mim. «Trouxe-te umas coisas: pasta dentífrica líquida, escova de dentes macia, um creme hidratante, giletes e creme de barbear, e o teu pente». Falo de novo com a médica. Compreende que somos uma espécie de família, e mostra-se esperançada nele. Diz-me, entretanto: «tinha de ser operado. Não havia outra hipótese. Mas está a reagir bem. Vamos ver se o conseguimos separar da máquina».
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