28 de Fevereiro - Bom começo... O Francisco respira já por si... Entreabre os olhos, lentamente... Está ainda sedado, de olhar um pouquinho mortiço, com os olhinhos azuis claros ligeiramente enevoados, semi-cerrados... Pergunto ao enfermeiro se lhe posso falar, se ele pode ouvir-me, se lhe posso tocar, afagar o cabelo, como quem o penteia... «Claro, claro; pode sim, pode e deve» - diz ele... O Francisco inclina ligeiramente a cabeça quando chego ao pé e lhe digo: «Olá Francisco! Então? Tás bom?». Dou-lhe um beijinho na testa e agarro-lhe na mão. Ele olha-me em silêncio...
Faço-lhe depois uma festinha no cabelo... Repito-lhe palavras que ele já conhece, palavras que o ajudem a identificar-me. Que o orientem... Algumas das palavras de encorajamento que lhe disse ontem... E que hoje mantenho... Está ainda sob o efeito da medicação que o mantém vivo, que o protege do choque das dores, do abalo das infecções... Mas desligaram-no já do ventilador. Respira já por si... Têm-no mantido desligado - embora lhe conservem, na boca, ainda, a embocadura solta do tubo: numa emergência voltam a pô-lo... É um teste à sua resistência, à sua vontade de viver.
Mas já está desligado da máquina. Quando lhe falo ele olha na minha direcção. Não pode falar, com o tubo na boca... Claro... Mas franze a testa... O que é bom sinal! É o Francisco... Ele franze a testa... Já a franzia sempre que falava, antes da operação... Talvez amanhã o subam já para o 4º piso, para o espaço onde trabalho, o espaço dos recém-operados: «está a reagir muito bem, diz o enfermeiro»... Ganhei já o meu dia... Telefono para casa a dar as boas notícias... Dou-lhe um beijinho e despeço-me... As visitas não duram mais que alguns minutos... Obrigada Senhor, pois mais um dia de vitória!!!
Faço-lhe depois uma festinha no cabelo... Repito-lhe palavras que ele já conhece, palavras que o ajudem a identificar-me. Que o orientem... Algumas das palavras de encorajamento que lhe disse ontem... E que hoje mantenho... Está ainda sob o efeito da medicação que o mantém vivo, que o protege do choque das dores, do abalo das infecções... Mas desligaram-no já do ventilador. Respira já por si... Têm-no mantido desligado - embora lhe conservem, na boca, ainda, a embocadura solta do tubo: numa emergência voltam a pô-lo... É um teste à sua resistência, à sua vontade de viver.
Mas já está desligado da máquina. Quando lhe falo ele olha na minha direcção. Não pode falar, com o tubo na boca... Claro... Mas franze a testa... O que é bom sinal! É o Francisco... Ele franze a testa... Já a franzia sempre que falava, antes da operação... Talvez amanhã o subam já para o 4º piso, para o espaço onde trabalho, o espaço dos recém-operados: «está a reagir muito bem, diz o enfermeiro»... Ganhei já o meu dia... Telefono para casa a dar as boas notícias... Dou-lhe um beijinho e despeço-me... As visitas não duram mais que alguns minutos... Obrigada Senhor, pois mais um dia de vitória!!!
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